sábado, 20 de junho de 2015

A crueldade por trás do rodeio

Bezerro que ficou paraplégico e foi sacrificado em Barretos
Foto: Divulgação

Se coloque no lugar desse bezerro. Ele era apenas um inocente filhote que, lamentavelmente, foi parar em um rodeio. No caso, o de Barretos. Em 2011, durante a prova de bulldog, na qual o peão deve derrubar o animal com as mãos, jogá-lo no chão e imobilizá-lo, Cesar Brosco (foto) agiu com tamanha violência a ponto de quebrar o pescoço do animal e deixá-lo paraplégico. Posteriormente, o bezerro foi sacrificado.

Esse animal só conheceu o lado ruim do ser humano. Foi maltratado, explorado, humilhado para, por fim, ser morto de forma cruel. Viveu sua curta vida tendo apenas a dor e o sofrimento como imposições. Não pode conhecer uma única demonstração de carinho, nem mesmo de sua mãe, da qual foi injustamente separado com apenas um dia de vida - causando a ela, imenso desespero, já que, como toda mãe, ela anseia ter sua cria por perto.

Esse caso é apenas um em meio a tantos outros. É uma história de tortura, que, assim como todas as outras, infelizmente, é ignorada por boa parte das pessoas que insistem em frequentar rodeios, financiando assim, o sofrimento de tantas vidas.

Maus-tratos a animais no rodeio de Londrina
Foto: Divulgação/Vídeo Ativismo Veg Londrina
E novos casos de animais vítimas do ser humano surgem por toda parte. Ativistas registraram em abril desse ano maus-tratos contra animais no rodeio de Londrina, município do Paraná, em um circuito feito pela equipe da Professional Bull Riders, uma das mais respeitadas e reconhecidas empresas do mundo, responsável por organizar grandes rodeios como, por exemplo, o de Barretos.

Nas imagens é possível ver os peões batendo nos touros de forma brutal que, inclusive, faz com que os animais reajam e, incomodados com as agressões, se movimentem, muitas vezes pulando de um lado para o outro (veja aqui e aqui). 

De acordo com os ativistas, um dos bastões utilizados para ferir os animais tinha objetos pontiagudos, enquanto outro, ainda pior, era elétrico e dava choques nos animais, assim como o que é usado na pecuária. 

As pessoas que vão a rodeios comumente usam a desculpa de que frequentam esses lugares por ter interesse apenas nos shows feitos pelos cantores de música sertaneja. Muitos são os que afirmam não concordar com o uso de animais nesses locais, mas, em uma clara demonstração de descaso, permanecem frequentando tais lugares. Mas mesmo havendo um esforço por parte dessas pessoas para tirar de si mesmas a responsabilidade pelo sofrimento imposto a esses animais, são elas as responsáveis pela continuidade desse show de horrores. Afinal, o ingresso pago para ouvir as músicas, também paga os maus-tratos aos animais, dentro e fora da arena.

Com tantas informações a nossa disposição, desculpas já não são aceitáveis e não há o que justifique a presença das pessoas nos rodeios.

Olhar desesperado de um touro em um rodeio
Foto: Divulgação
Por fim, faço um único pedido: olhe nesses olhos. Se permita sentir a agonia, o desespero e o terror presente nesse olhar de um animal tão maltratado. Se imagine vivendo o que ele vive, tendo, em cada espetáculo de dor, pessoas aplaudindo seu algoz. Por um instante, crie em sua imaginação a imagem do sedém te machucando, de alguém te espancando, humilhando e explorando. Por apenas alguns segundos, sinta o que esse pobre animal sente a vida inteira. 

Escrito por Mariana Dandara.

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