Bezerro que ficou paraplégico e foi sacrificado em Barretos Foto: Divulgação |
Se coloque no lugar desse bezerro. Ele era apenas um inocente filhote que, lamentavelmente, foi parar em um rodeio. No caso, o de Barretos. Em 2011, durante a prova de bulldog, na qual o peão deve derrubar o animal com as mãos, jogá-lo no chão e imobilizá-lo, Cesar Brosco (foto) agiu com tamanha violência a ponto de quebrar o pescoço do animal e deixá-lo paraplégico. Posteriormente, o bezerro foi sacrificado.
Esse animal só conheceu o lado ruim do ser humano. Foi maltratado, explorado, humilhado para, por fim, ser morto de forma cruel. Viveu sua curta vida tendo apenas a dor e o sofrimento como imposições. Não pode conhecer uma única demonstração de carinho, nem mesmo de sua mãe, da qual foi injustamente separado com apenas um dia de vida - causando a ela, imenso desespero, já que, como toda mãe, ela anseia ter sua cria por perto.
Esse caso é apenas um em meio a tantos outros. É uma história de tortura, que, assim como todas as outras, infelizmente, é ignorada por boa parte das pessoas que insistem em frequentar rodeios, financiando assim, o sofrimento de tantas vidas.
Maus-tratos a animais no rodeio de Londrina Foto: Divulgação/Vídeo Ativismo Veg Londrina |
E novos casos de animais vítimas do ser humano surgem por toda parte. Ativistas registraram em abril desse ano maus-tratos contra animais no rodeio de Londrina, município do Paraná, em um circuito feito pela equipe da Professional Bull Riders, uma das mais respeitadas e reconhecidas empresas do mundo, responsável por organizar grandes rodeios como, por exemplo, o de Barretos.
De acordo com os ativistas, um dos bastões utilizados para ferir os animais tinha objetos pontiagudos, enquanto outro, ainda pior, era elétrico e dava choques nos animais, assim como o que é usado na pecuária.
As pessoas que vão a rodeios comumente usam a desculpa de que frequentam esses lugares por ter interesse apenas nos shows feitos pelos cantores de música sertaneja. Muitos são os que afirmam não concordar com o uso de animais nesses locais, mas, em uma clara demonstração de descaso, permanecem frequentando tais lugares. Mas mesmo havendo um esforço por parte dessas pessoas para tirar de si mesmas a responsabilidade pelo sofrimento imposto a esses animais, são elas as responsáveis pela continuidade desse show de horrores. Afinal, o ingresso pago para ouvir as músicas, também paga os maus-tratos aos animais, dentro e fora da arena.
Com tantas informações a nossa disposição, desculpas já não são aceitáveis e não há o que justifique a presença das pessoas nos rodeios.
Por fim, faço um único pedido: olhe nesses olhos. Se permita sentir a agonia, o desespero e o terror presente nesse olhar de um animal tão maltratado. Se imagine vivendo o que ele vive, tendo, em cada espetáculo de dor, pessoas aplaudindo seu algoz. Por um instante, crie em sua imaginação a imagem do sedém te machucando, de alguém te espancando, humilhando e explorando. Por apenas alguns segundos, sinta o que esse pobre animal sente a vida inteira.
Escrito por Mariana Dandara.
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