sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Pequenas Mudanças

O veganismo vem crescendo por diversas motivações e para quem o vivencia é necessária a mudança no comportamento de consumo e da sua interação com a natureza. Por onde começar então? Dentro de casa eu diria. 

Eu sei que a maioria de nós é ovelha verde da família e por mais que o nosso desejo seja de um mundo sem exploração, sofrimento e que vivamos em felicidade plena sabemos que isso está distante. 

Conviver requer habilidades sociais, pessoas têm opiniões diferentes e para quem opta pelo veganismo, em alguns casos, esse é mais um motivo para discussões. Pensando em como manter a harmonia com os familiares e ao mesmo tempo continuar dando voz a causa animal comece com pequenas mudanças.

O lugar que você ocupa como membro da família conta muito porque se você é o provedor pode tomar a atitude máxima de não consumir e nem prover, mas se você é um dependente terá que aceitar o que é determinado pelo seu responsável. O bom senso e diálogo devem prevalecer.

Divulgação
Comece por você, consumo individual e diário. Por motivo de logística e socioeconômico nem sempre é simples ter um produto, o que você tem acesso eu posso não ter. Faça uma lista dos seus itens de higiene pessoal, alimentação, vestuário e o que mais costuma consumir em uma semana ou um mês. A partir dessa lista pegue rótulos e etiquetas e leia frente e verso. Leia tudo.

O xampu e condicionador que você usa ele é de uma empresa que testa em animais? Hoje está fácil encontrar no mercado substituto, tem opção vegana desde o importado até o mais barato da prateleira. As empresas fazem questão de colocar em seus rótulos: produto não testado em animais. Se tiver sorte vai encontrar também: produto livre de ingredientes de origem animal. Olha só que maravilha! Aí aquela questão de com ou sem químicos, com ou sem cheiro, com ou sem é você quem define considerando o impacto ambiental e para sua saúde. Tem produto 100% vegetal e tem produto com origem vegetal, mineral, sintética e artificial. 

Pesquise as marcas que você já consome, se o rótulo citava alguma preocupação ambiental ou com os animais, se há notícias confiáveis dela em relação aos trabalhadores, fornecedores e animais. Use o atendimento ao consumidor, faça perguntas sobre as diretrizes da empresa e a política dela em relação a testes, a exploração e a fabricação com ingredientes de origem animal. Cobre respostas transparentes e objetivas.

No fim do texto você vai encontrar grupos confiáveis com lista de produtos e respostas dos SACs, sempre que você receber uma resposta divulgue e compartilhe assim como você terá acesso de respostas poderá facilitar para outras pessoas também. Envolva-se com outros vegetarianos e veganos da sua cidade, marque encontros, participe de eventos. Faça a sua rede de relacionamentos, ajude-os e busque ajuda.

Dentro de casa vá primeiro nos itens de uso geral. Aqui em casa por exemplo foi o material de limpeza, mas pode ser a despensa, o material de escritório, o produtos de jardinagem e por aí vai. Sabia que dá para manter sua casa limpa e muito bem higienizada somente com bicarbonato, água e vinagre? Não precisa de todas aquelas embalagens coloridas e aromatizadas para realmente limpar. É claro, se você prefere a mudança gradual troque então o químico da marca que testa em animais pelo mesmo químico de outra marca que não testa e nem contém origem em animais.

Pequenas mudanças não fazem grandes mudanças mas contam no final. Trocar o detergente para um da marca Ypê ou dar duplo passo e trocar por um biodegradável ou o sabão de coco sem sebo é algo possível, praticável. Troca essa que significa apoiar uma marca cruelty free e indo mais além evitar a contaminação dos rios com reagente poluente.

Olhe a etiqueta de sua roupa de cama e seus travesseiros, tem peças que são fabricadas com penas de ganso. Penas essas retiradas da mais cruel maneira, animais sendo depenados vivos. Veja também se há lã no seu guarda roupas, também é retirada com animais vivos sendo torturados, muitos morrem no processo pelos ferimentos ou por quebrar e deslocar os membros pela forma como são manejados.

Na cozinha é possível trocar as bolachas, o miojo, o suco concentrado, a granola, o achocolatado e tudo mais industrializado por marcas que não testam e tem os mesmo produtos sem origem animal, geralmente mais baratas por serem marcas de menor renome. Se você não consome nada disso, ensine quem consome a trocar. Mostre para a sua mãe, seu irmão e a vovó que tem sim outro produto igualzinho na aparência e melhor porque não machuca ninguém.

Vai reformar o cafofo? Fique de olho nas cerdas nos pincéis e rolos, a Condor faz quase tudo sintético. Tem tinta de parede que ainda usa fixador de origem animal, mais precisamente a base de hemoglobinas do sangue. Eca. E terrível. Tem como trocar por outra tinta sem isso? Tem sim.

No jardim pra quê comprar o fertilizante com farinha de osso se o de fibra vegetal também é muito bom? Sabe tem coisas que a gente nem precisar se esforçar muito para entender.

A família decidiu ir ao circo com animais, ao zoológico ou comprar um animalzinho. Se o programa é em família e você faz parte dela, vale a pena contar o porque nada disso é bom para os animais. Um piquenique no parque e adotar um novo amigo é muito mais ético.

Não se sinta excluído ou isolado por ser o único da sua casa que se preocupa, comece a dar exemplos hoje e amanhã as pessoas irão te seguir. Se alguém encrencar com a marca do sabão em pó, mostre a eles o quanto a outra é mais barata, não polui e não faz barbaridades em um laboratório. Bons argumentos são fundamentais para essas mudanças. Proponha um teste, uma vez e se realmente o produto for insubstituível pelos demais membros, saiba que a sua parte você fez.

Abraços
Nayara

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